16 Dec 2009
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Os instrumentos científicos parecem estar na 'moda' e, em particular,
nos
últimos anos, a gerar um interesse considerável nos historiadores da
ciência
a nível nacional e internacional.
A literatura tem aumentado significativamente (volumes dedicados na
Isis, Osiris e, este mês, na SHPS) e iniciativas como o SICU
(Dartmouth
College) têm vindo a promover a utilização de instrumentos para fins
de
investigação e ensino pós-graduado.
Naturalmente, os artefactos já estavam mais ou menos presentes na história
da ciência e tecnologia (Daston, etc), mas o que é interessante e relativamente
novo nesta voga é que os estudos não se limitam a aspectos teóricos ou
linguísticos (falar sobre instrumentos, 'epistemic things', etc) mas usam de
facto os artefactos como fontes.
Neste volume editado pela Liba Taub nos SHPS a diferença de abordagem entre
uns e outros é 'striking' - basta ler por exemplo o texto da Katie Taylor e
perceberão o que quero dizer (se não têm, posso mandar o pdf).
Como sabem, o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa não pode estar
mais
interessado neste movimento.
Estamos a trabalhar intensamente desde 2006 com o Centro Interuniversitário
de História da Ciência e da Tecnologia (UL-UNL) e com outros centros de história
da ciência na Europa e nos EUA para podermos não só acompanhar como estar o mais
possível 'na crista da onda', apesar dos nossos recursos limitados. A massa
crítica ainda é escassa, esse é um problema.
Depois de uma fase de sensibilização entre 2006 e 2009, o MCUL e o CIUHCT
vao entrar em 2010 numa fase mais intensa de consolidação e formação em cultura
material.
Estão previstas diversas iniciativas, das quais a mais importante será uma
Summer School internacional em Setembro (Reading Artefacts Summer School).
Darei mais pormenores sobre isto brevemente.
Também alguns dos Seminários de Cultura Material de 2010 irão abordar, de
uma forma mais regular e intensa do que tem sido o caso até aqui, aspectos
relacionados com a utilização de artefactos (particularmente instrumentos
científicos) como fontes primárias para a história.
O Seminário de Janeiro é já um desses.
Vamos ter o prazer de ouvir Roland Wittje, professor e investigador da
Universidade de Regensburg (Alemanha) traçar um panorama sobre estes assuntos e,
simultaneamente, lançar os trabalhos do ano no MCUL:
'Reading Artefacts and Performing Historical Experiments: Recent Trends in
the History of Science'
Roland Wittje, University of Regensburg
Será a 8 de Janeiro, às 16 h, no Anfiteatro Manuel Valadares.
Como é evidente, é para não perder.
O programa segue em anexo.